União dos Sindicatos de Setúbal

Abusos patronais no ataque aos direitos dos trabalhadores e Incúrias nos planos de contingência

Vários são os casos que têm chegado ao conhecimento da União dos Sindicatos de Setúbal/CGTP-IN e que em nosso entender representam abuso declarado das entidades patronais mediante a pandemia (Covid 19) que se vive no país.

Em primeiro lugar, temos a registar o aproveitamento por parte de empresas que têm despedido trabalhadores temporários como são o caso da RARI e da Isporeco através da Globaltempo , empresa trabalho temporário (que trabalha dentro do complexo da Autoeuropa)decidiram despedir trabalhadores temporários que estavam a prestar serviço nas suas instalações, quando existem outros meios e mecanismos legais que estas empresas podiam recorrer, para dar resposta à situação atual. Alertamos para o facto, que numa situação de pandemia, se as empresas tirarem rendimento aos trabalhadores, no caso do trabalhador ter uma enfermidade o tratamento é deixado para segundo plano, (o que agrava o estado de saúde e o risco de contágio para as suas famílias e população em geral).

Pouca é a responsabilidade social que estas empresas estão a ter, mediante a situação complexa que estamos todos a viver.

Em segundo lugar, vários são os casos de processos disciplinares que estão a ser efectuados a motoristas, o que revela um claro aproveitamento por parte destas empresas para depois irem ao mercado de trabalho contratar trabalhadores, por valores salariais mais baixos.

Em terceiro lugar, alertamos para o facto das empresas do Estaleiro Naval da Mitrena não estarem a cumprir o plano de contingência nem a fornecer equipamentos de proteção individual aos trabalhadores, é inadmissível os trabalhadores serem transportados como acontecia antes da situação de pandemia, nem os testes às tripulações dos navios que chegam não serem feitos em alto mar, mas sim após o desembarque, o que revela uma enorme irresponsabilidade e não cumpre as orientações da Direcção Geral de Saúde.

Em quarto lugar, consideramos inadmissível multinacionais como a Hanon e a Visteon estarem a transportar os trabalhadores da mesma forma, não aplicarem um plano de contingência que permita 50% dos trabalhadores estar de quarentena preventiva, face a responsabilidade social que estas empresas têm, e não é compreensível que queiram, que os trabalhadores tirem férias ou pretendam recorrer ao lay-off, no caso da Visteon.

Neste sentido e uma vez que a maioria destas empresas são associadas da AISET iremos desta forma dar conhecimento da presente tomada de posição, saber que recomendações está a presente Associação Empresarial a sugerir aos seus associados e se estão a cumprir as orientações da DGS.

U.S.Setúbal
19.03.2020